Cerebração

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Ócio

Segundo a Playboy, ou alguma outra revista aí, sei lá, a cidade brasileira onde as mulheres são mais "fáceis" é Vitória. Existe, porém, quem afirme o contrário (tudo bem, vamos desconsiderar as micaretas e afins). Muitos jovens reclamam da hostilidade e agressividade exacerbada das jovens capixabas, que se revela de forma intensa no momento do, digamos, approach. Foi tendo isso em mente que dois jovens, G e L, aproveitaram a data (12 de Junho, dia dos Namorados), as flores roubadas de um casamento num fim de semana e, principalmente, o excesso de tempo livre, para fazer uma "pesquisa sócio-psicológica sobre a reação das mulheres capixabas diante de situações inusitadas". No caso, dois estranhos abordando fêmeas aleatórias na rua e desejando um feliz dia dos namorados. Tá bom, não tão aleatórias assim, a gente escolhia as mais bonitinhas.

Dada a nossa considerável experiência em conversas com jovens desconhecidas de Vitória (se é que se pode chamar de "conversa" quando um dos lados nem responde), nossa expectativa, a princípio, era voltar pra casa com no mínimo 2 hematomas (em cada olho). É fácil constatar por quê: vá primeiro a algum lugar com predominância de capixabas (por exemplo, a Festa da Polenta, em Venda Nova). Se aproxime de algumas, tente puxar papo, faça umas piadinhas, e veja o resultado (recomenda-se o uso de capacete, joelheiras e protetor pubiano). Agora, vá a outro lugar, festival, etc, onde seja grande a presença de "forasteiras", tipo algum festival maior (como Alegre), ou alguma data especial em Itaúnas (só dá mineira!). Use as mesmas piadinhas, os mesmos assuntos, os mesmos approaches, e compare os resultados. Verá claramente que as mulheres de fora são muito mais acessíveis, conversadeiras, enfim, muito mais receptivas do que as capixabas de forma geral (com destaque para as mineiras).
Nosso intuito era somente, colocando nossos olhos e partes íntimas em risco, registrar isso em vídeo (ao qual vocês podem assistir lá em baixo). E dar umas risadas. Os diálogos tão meio difíceis de ouvir devido à falta de qualidade do áudio, mas a maioria das falas são meras frivolidades, o que importa é ver a reação.
Engraçado é como Murphy não gosta da gente, né. Qualquer um que freqüente a Mata da Praia ou a Praia do Canto sabe da grande concentração de beldades nesses bairros. Nós, contudo, justo nesse dia, encontramos pouquíssimas. Vale frisar, ainda, o que aconteceu com boa parte das melhores que vimos: quando íamos nos aproximar, acontecia algo misterioso que fazia com que elas sumissem (paravam pra conversarcom outro, entravam numa loja, eram abduzidas por jupiterianos, etc), impedindo nosso contato. As que nós achamos a tarde inteira são basicamente as que vocês vão ver aí.

Abaixo, está o vídeo mostrando as reações registradas e explicadas no texto (recomenda-se ir assistindo às cenas e lendo as explicações):


Logo de cara, uma surpresa. Passando na frente de uma loja, a atendente ficou olhando (provavelmente estranhando um rapaz segurando um jarro de flores no meio da rua - o que tem de errado nisso?) por um bom tempo, e inclusive respondeu quando demos tchauzinho. Entramos na loja pra presentear a felizarda, e vi logo que ela REALMENTE merecia o presente. Foi bem simpática, como se pode reparar, o que nos desanimou a princípio, mas logo descobrimos - AHAM! - que ela não era daqui, e então, tchanam, sua receptividade fez sentido.
Devido à falta de fêmeas entre 10 e 60 anos na rua, fomos obrigados a visitar lojas, num pequeno shopping, e nos deparamos com a Bárbara - gracinha. Para nossa infelicidade, ela também foi bem simpática, e, pra piorar, era daqui mesmo (infelizmente o vídeo não registrou nossa cara de estranhamento quando ela revelou isso). Porém, há um porém. Atendentes de loja, segundo nós mesmos, têm uma tendência maior à receptividade, por passar o dia tendo pouco contato com outros seres da mesma espécie (segundo L), e porque, por serem atendentes, ja têm a natural "obrigação" e costume de conversar e de serem receptivas (segundo G). Não tiremos, contudo, os méritos da Bá (estamos íntimos).
O que se segue não é nenhum diálogo, só mais uma tentativa de L de causar algum impacto, falando do uso de drogas e de pactos com o capeta perto de velhinhas. Isso porque não registramos outras cenas piores, como ele se "espreguiçando" e quase acertando "acidentalmente" o cotovelo no nariz da tia que passava (tadinha), ou a parte em que ele foi na banca perguntar se tinha a G Magazine e, quando respondido que não, disse, bem sério e mastigando algumas pétalas: "Eu volto mais tarde." (não estranharei se a banca não abrir amanhã).
Logo depois, uma outra vítima, ou melhor, afortunada, na Praia do canto. Essa bem apressada, não deu pra conversar direito, mas também era daqui, e pareceu educada (droga!).
A próxima, ahh, eis o que procurávamos. Na hora, ao vivo, achei que ela tivesse feito uma cara de assustada, mas revendo o vídeo percebi que era uma cara meio tipo "you freak!" ou "o que essa barata tá fazendo na sua testa?". Havia, digamos, asco, nojo, ojeriza, estranhamento, rejeição, na expressão da menina, o que retrata muito bem a tal reação típica comentada lá no começo do texto. Isso sim é gente da terra! Viva as capixabas escrotas!
Essa seguinte se assustou, mas de um jeito mais, digamos, "positivo", pareceu gostar. Logo depois, uma mulher mais velha ficou rindo e olhando pra gente. Foi só a gente olhar de volta que ela puxou papo, e começamos a conversar. Adivinha da onde ela era? Ráá, Minas, é lógico. Dissemos que isso explicava por que ela tinha parado pra falar com a gente. Contudo, segundo ela mesma, ela agiu assim não exatamente por ser de lá, mas sim por ser mais velha, e portanto não se sentia "ameaçada" por nós, hehehe (ufa!). E o que se seguiu foi uma aula sobre o pensamento, o comportamento e a lógica do raciocínio feminino (se é que existe alguma) e por que as capixabas batem na gente com tanta força (mesmo as não-adeptas do sado-masoquismo). Valeu a aula, só faltou ter filmado. E faltou, como ela mesma queria, a gente abordar a sua filha de 18 anos, que não estava lá, mas, como ela mesma disse, "ela tem namorado e é grossa", hehehehe. Ponto pra nossa teoria.
Depois disso, só restava praticamente uma flor, a maior e mais bonita. A pedidos (insistentes) de L, seguimos a loira de cabelo liso que aparece no trecho seguinte, aparentemente bem apessoada e que caminhava rapidamente. Já com a flor na mão, contudo, notei que, de frente, ela era BEEM diferente do esperado. Êta coroa feia! Não querendo desperdiçar a flor, com raciocínio muito rápido, sem gaguejar, já improvisei um "Que horas são?". Ela certamente estranhou a flor, e, num tom pouco amigável, e provavelmente achando que se tratava de um assalto, só disse que não sabia e continuou andando pra bem, beem longe de nós. Ainda bem! Vade Retro! Xô!
Restava, como dito, a última flor, a maior. Murphy, também como dito, foi implacável, e as mulheres dignas dessa última sempre acabavam escapando na hora H. Entramos então, em outra loja, essa com duas mulheres, ambas casadas, além da cliente, também casada. Entregamos a flor, conversamos um pouco, demos um pitaco sobre qual vestido era mais fashion; mas, no final, essa visita não serviu de nada para a pesquisa; afinal, se atendentes de loja e mulheres mais velhas não são ideais para a pesquisa, essas então, que eram as duas coisas, muito menos. Pelo menos não levamos a flor pra casa.
No finalzinho tem só dois trechos pequenos. A gente já indo pra casa, ainda tinha outra flor sobrando, então ficamos procurando alguém pra quem jogá-la no meio da rua, mesmo, mas Murphy não descansa e não conseguimos. Nossa indignação pode ser facilmente percebida pela exaclamação revoltada de L após a frustração.

Tiramos, afinal, diversas conclusões. A primeira que, puta que pariu, a gente é muito azarento! Tudo bem, vêem-se poucas mulheres bonitas nos vídeos, mas tiveram várias que passaram e a gente não conseguiu abordar por azar.
A segunda, que nossa teoria sobre as capixabas estava parcialmente certa. Algumas das nossas conterrâneas realmente não pareceram ir com a nossa cara, aliás, não parecem ir com a cara de ninguém. Encontramos, porém, as exceções, as simpáticas. Mas a maior parte dessas era vendedora de loja, mais velha ou era de fora (ou se encaixava em mais de uma categoria), e essas não são o foco principal de nossa pesquisa, já que poucas dessas se encontram nos "rocks" por aí.
Escrotas ou não, porém, elas não se comportaram violentamente como achávamos. Não levamos nenhum soco, nenhum pontapé, nenhuma canelada em local estratégico. Decepção com essas capixabas...
Outra conclusão, essa confirmando nossa teoria, foi que as mulheres de fora (pelo menos as que abordamos) são em geral muito receptivas e de fácil conversação mesmo.
A outra, essas vocês mesmos podem tirar, é que nós realmente não temos nada pra fazer (explica-se aí o título do tópico). De tarde já gastamos um tempão, e agora ainda vem esse texto gigante. Se bem que, se você já leu até aqui, tá se entregando, hein... é desocupado também. Já é o segundo post seguido que eu encerro chamando de desocupado, né, mas - como diria o sábio - foda-se, vai assim mesmo.