Cerebração

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Seção de crítica gastronômica

Tava eu hoje no banheiro lendo uma reportagem sobre o Mario Batali, um dos chefs mais famosos dos EUA, que inclusive ja foi citado muitas vezes nas seções de gastronomia do New York Times e outros jornais, e... bom, se aquele New York Times tem uma seção de gastronomia, é mais do que a obrigação do Cerebração ter também. E por isso tomei a liberdade de criar uma. Agora.

Como sou devoto da comida da minha mãe, raramente como em algum restaurante. Porém, sei que deveria escrever sobre algo que eu conheço pelo menos um pouco. Por isso, vou inaugurar nossa seção com:

O R.U. da UFES

A despeito de todos os comentários maldosos acerca da qualidade e salubridade da comida do RU, até hoje não foram confirmados óbitos devidos à ingestão da mesma (atenção para os termos "até hoje" e "confirmados"!). Tudo bem, você pode calcular: um almoço, mais um suco, mais uma sobremesa, e ainda a mão de obra, tudo isso por R$1,50 (sem subsídio!)... concordo, parece suspeito ser tão barato, mas as tias fazem milagres.

Logo de cara, você vê que o "bandejão" faz jus ao nome, porque a bandeja pesa no mínimo umas duas vezes mais do que a comida. Deve ser para, pronta a bandeja, dar a impressão de que você ta comendo muito. Aproveite nessa hora pra reparar lá dentro, no tamanho das "panelas" em que elas cozinham. Me lembra até daquelas histórias em que bruxas jogam criancinhas dentro do caldeirão, fazem carne moída delas, e... enfim, se algum calouro conhecido seu desaparecer, desconfie.

Pra pegar a comida, logo de início tem a sobremesa. Ééé, tá achando o que, RU é luxo, não sei se é só pra disfarçar o gosto da comida no final, mas você ainda conta com a regalia de pegar um arroz doce, ou quem sabe uma deliciosa laranja para o fim da refeição.

Vem então a salada. O que é bem curioso, usarem esse termo, afinal, o que tem ali é alface picada. Só. Por que chamar de "salada", não logo de "alface"? Se eu for comer um tomate, posso chamar de "salada" também? Estranho, isso.
Agora vem a parte mais divertida. Da próxima vez que for comer arroz com feijão, preste bem atenção em como você (não só você, mas os seres humanos em geral) os dispõe no prato. Aposto que o arroz em baixo e o feijão em cima, ou os dois lado a lado, certo? Pois é, o RU é o único lugar do mundo em que eu já vi contrariarem essa ordem. Isso mesmo, as tias colocam o arroz por cima do feijão. Não sei se alguém lá acha mais bonitinho, sei lá, mas nem adianta perguntar o porquê, já que o máximo que você vai conseguir dela é um olhar meio confuso e/ou uma cara de "Você é idiota?" (esperiência própria...).

Finalmente, o prato principal. Torça. Muitas vezes elas te dão até 2 opções de prato, mas se você for vegetariano, desista. Aliás, se você for vegetariano, se mate! :) Se por acaso vier um salpicão, ou até uma lasanha, considere-se uma pessoa de sorte. Essas são lendas do RU, e muitas pessoas que frequentaram o restaurante por até 7 anos tentando se formar em Filosofia passaram os mesmos sem ver a cor da sabe-se-lá-se-existe lasanha do RU (cor que, por sinal, eu tenho muita vontade de saber qual é). Mas o mais provável mesmo é que tenha uma carne moída, um frango, ou um bife daqueles mais baratos.

Completo o prato, chega a hora do suco, o famigerado suco. Esqueça tudo o que você sabe sobre sabores de suco (até mesmo do refresco de tamarindo ou do "suco de água suja" do Chaves), suco "de limão", suco "de laranja"... No RU, o sabor do suco não se define pelo sabor em si, mas pela cor. Tipo: "pô, tinha suco verde hoje, delícia!", ou: "Ah, aquele suco amarelo ontem tava meio ruim... meio com gosto de... rosa, sei lá...". Pois é, o suco verde tem um gostinho de groselha, o vermelho lembra um pouco um guaraná sem gás, o laranja... bom, vou deixar você ir lá pra provar os outros sabores... digo, cores. Se você não for adepto de correr altos riscos de vida, tem ainda a opção de comprar um refrigerante na saída, o que é um pouco menos econômico, bem mais sensato, mais certo, mas convenhamos que muito menos emocionante.

Se quiser, ainda pode incrementar seu prato com farinha e sal (mas sem usar as mãos não lavadas, por favor, como alguns gostam de fazer) antes de procurar uma mesa e sentar.
Outra diversão é ir junto com um grupo de amigos e escolher uma vítima no bando pra cantar pra ela um parabéns falso. Você vai ver que legal a solidariedade dos outros estudantes, parando de comer e atrasando o próprio almoço pra bater palma pra alguém que tá longe de fazer aniversário. Otários.

Na hora da refeição, afinal, faça três sinais da cruz, reze um pai nosso (mesmo se não for religioso, nessas horas vale de tudo), respire fundo, tape o nariz (depois de respirar fundo, lógico) e comece a comer. Bom apetite... ou melhor, boa sorte!

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Banksy

Banksy é um famoso artista inglês contemporâneo, mas o nome real (imagina-se que seja Robert Banks) e o rosto dele são desconhecidos. O motivo pra tanto mistério é que Banksy é um artista de rua, suas obras são, a maioria, pichações em lugares públicos, muitas vezes pouco "agradáveis" aos olhos populares, e, por isso, é procurado pela polícia de Londres. (Saiu uma reportagem com ele na Super Interessante desse mês)

Um exemplo bom é esse aqui:
Entrou no British Museum e, discretamente, colocou lá uma "obra" sua, e foram alguns dias até que alguém reparasse que tinha alguma coisa errada, hehehe. O nome da obra é "Early man goes to the supermarket"...













(inglês é muito sonso, mesmo...)

Uma reportagem (em inglês) sobre o fato: http://www.banksy.co.uk/cuttings/images/teleg.gif

Mais algumas imagens:
Como ele faz isso sem ser pego, eu nem faço idéia, mas ele é foda!
Site oficial (com todos os desenhos e trabalhos dele): http://www.banksy.co.uk/
Abraços!

sábado, 21 de abril de 2007

Garotos-propaganda

Eu amo a TV brasileira, quase nenhum programa gringo me faz rir tanto. Lógico que não propositalmente... tirando a Grande Família e os Normais, 90% dos nossos programa de comédia são um lixo. O engraçado é justamente o que é feito aqui com a pretensão de ser sério.
Por exemplo: horário político. JURO que está entre meus programas preferidos, às vezes até choro de rir com as figuras que aparecem... Walter Maciel, Godofredo, Bracinho, Terezinha, Chica Chiclete, Sônia Santos e qualquer outro candidato do PCO... os outros viciados de plantão aí sabem bem de quem eu tô falando, hehehe. Pra minha infelicidade, estamos fora da época de eleição, mas mesmo assim os políticos, como todo bom humorista, não perdem a chance de fazer uma piada.
Estou eu vendo TV esses dias quando começa uma propaganda do PTB, com um discurso sobre a seriedade e dignadade do partido, e sei lá mais o quê, que eu nem consegui prestar atenção, e adivinha com quem falando? Ele mesmo, nosso ídolo: Bob Jeff! (Roberto Jefferson, pros não-íntimos). Enfim, acabou a propaganda, recomeçou a novela (hora de mudar de canal), eu já me c... defecando de rir, troco de canal, e o que me aparece: a MESMA propaganda, - provavelmente - o MESMO discurso, mas dessa vez com o nosso querido Fernando Collor! Ah, eu não aguento, esses caras me matam! Depois dessa, o "Minha Nada Mole Vida" quase perdeu a graça (só a Aline Moraes de toalha pra salvar!).
Mas eu nem sei por que eu dou risada. Pensando bem, isso é até triste: acho que mais da metade das risadas que eu dou assistindo a canais brasileiros são do quão ridículos ou mal-feitos são os nossos programas.
Sério, alguém já parou pra prestar atenção nos diálogos de uma novela? Como as falas e os acontecimentos são totalmente fora da realidade, tipo quando alguém aparece falando sozinho coisas do tipo "ah, aquele homem me roubou... Aquele canalha! Mas eu não vou deixar barato... Ele vai me pagar...!", ou ainda um rapaz aparecendo numa lanchonete pedindo emprego e sendo aceito na hora pela garçonete. Fala sério... E os enredos repetitivos? E o caráter maniqueísta dos personagens? É, porque todo mundo é sempre "do bem" ou "do mal", né, tipo a Alessandra Negrini (Deus seja louvado!) interpretando a gêmea boazinha e a malvada (aliás, alguém consegue se lembrar de algum par de gêmeos de novela que não fosse assim?). Ainda bem que os autores pelo menos admitem (discretamente) a falta de qualidade das novelas, fazendo uso do mesmo meio que todo programa ridículo faz: o apelo sexual.
Qualquer um que assistir com um pouco mais de atenção deve perceber o quão mal-feitos e fora da realidade esses programas são. Acho que a gente não repara nisso porque já nasce vendo novela na casa da vovó e acaba acostumando com esse tipo de linguagem. Talvez uma pessoa já "vivida" que assistisse a uma novela pela primeira vez desse mais risada do que eu...
Mas enfim, e daí que é ruim, né... não quer assisir, não assiste... só me irrita ter que tirar dos Simpsons pra ver "páginas da vida", ou ter que "sobrar" nas conversas como "aquele Carlos Daniel, ele é um... um crápula, né, aquilo não se faz, menina...!".
Então, o texto tá grande, já, né, pra quem leu até aqui, obrigado, e... se fudeu, hehehe. Deixa eu ir lá que tenho que ver o Profet... digo, fazer outras coisas aí...
A propósito... Gustavo, muito prazer! Acostumem.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Emocore x Surfcore

na verdade eu tive uma súbita inspiração pra escrever isso, algumas idéias que surgiram, e aí decidi fazer esse texto...é só uma questão de opiniões minhas, talvez não tenha nada de relevante ou importante, mas pelo menos servirá para atualizar o blog.
E como um blog é feito para postar opiniões e para que as mesmas sejam discutidas, está aberta a discussão (se alguém quiser fazê-la, claro)


Emocore x Surfcore
Eis a batalha!

(sinceramente acho que não tem vencedor, mas vamos à ela assim mesmo..)
eu acho que na verdade não deveríamos chamar de batalha...o que aconteceria seria no máximo uma briguinha de irmãos...mas até que eles são bem amiguinhos e quase não brigam, hehe.

O que me intriga de verdade nesses 2 estilos são os próprios estilos. Tanto musicais como “visuais”, digamos.
E o que eu queria me propor mesmo era de escolher o pior entre os 2.
É difícil, mas pensando eu cheguei a uma conclusão: ela será revelada no fim do post, pra fazer um suspense...hehehe!
Quem tiver mais pontos é o pior.

Vamos ao julgamento!

Quesito 1: Ideologias

O emocore não tem ideologia. Ele apenas chora por amores mal resolvidos, chifres que foram botados em sua cabeça e outras coisas do mesmo estilo. Ou seja, ele apenas lamenta coisas que deram erradas na sua viduxa, sem querer adicionar nada às vidas das outras pessoas. Isso não é bom. Mas eu acho melhor do que “propagar as vibes” e realmente levar como ideologia de vida o surf, a azaração com as minaxs e a gaxstação.
Entende? Os emos não querem propagar sua coisa que não serve pra nada. Coisa que o surfcore se propõe.

Ponto pro surfcore.

Quesito 2: Vestimentas

O cara da bermuda florida, camisa regata, cordão de prata, boné Von Dutch (ou Billabong), e Nike Shox é um pouco abominável, mas nada que se compare ao emo.
Aquela franja lambida de lado, lápis preto no olho, allstar pixado, e outras coisas mais, é uma grande poluição visual.

Ponto pro emocore.


Quesito 3: Comportamento Social

Os emos estão sempre juntos, andam em bandos, e costumam se concentrar nos shoppings. A vantagem é que eles não fazem mal a ninguém, tirando a poluição visual.
Já os surfers também costumam andar em bandos (é nesse momento que se tornam os valentões, donos-do pedaço), e por serem mais atirados e terem um comportamento mais movimentado, agitado, acabam sendo piores que os emos..

Ponto pro surfcore.

Quesito 4: Linguagem Cibernética

Putz, haja paciência...usarei demonstrações práticas:

koé lekk
vai rolar a praiana agora aew, pegar umas onda
vo fica marcando uns 10 min aki na net e to vazando
a gente se vê lá entaum?
eh nóis
partiuuu!”

Ohn..eu xOh qUerIa que voxÊ sOuBeXe que euU gOxtU mtUuH³ de VoXê..
(LLLLLL)³³³
bjuUuuuUuX!”

¬¬
Ponto pros emos!


Placar final:
Emocore 2 x 2 Surfcore
Deu empate!...os 2 são igualmente ruins!

A conclusão final é que temos 2 irmãozinhos, filhotes aleijados do seu respeitado e engajado pai, o Hardcore. E essas 2 criaturinhas, vez ou outra, matam de vergonha seu vovô, o todo-poderoso Rock’n Roll.


Eu fico por aqui com esse post que eu não sei se está bom ou se servirá pra alguma coisa...
Mas é isso.
Abraços!

Ahhh, quase que eu me esqueço:
Viva la revolución Forfuniana!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Luiz e Lula

Lula, metalúrgico aposentado por invalidez. Dedicou a vida aos palanques, a política, ao povo. Queria se tornar presidente. Dizia que lutaria por um país mais justo, mais igual, com mais educação, saúde e oportunidades para todos. Encontrou no partido dos trabalhadores sua casa, seu ideal e, porque não, sua oportunidade, seu trampolim. Depois de anos quase incontáveis batalhando finalmente chegou lá: era presidente do Brasil.

É importante observar que o PT sempre disse que faria uma revolução na educação e na saúde pública do País. Também vale destacar que foi baseado nessas premissas que lula construiu sua eleição. O povo esperava de Lula algo diferente dos outros políticos, o povo realmente acreditava nele. Porém, o que se vê hoje no segundo mandato do presidente é completamente diferente. O antigo militante parece ter se transformado num FHC com barba, afinal, faz de sua administração alho quase idêntico ao governo anterior. Parece que a ideologia petista foi levada embora da mente do presidente.

Depois de anos gritando pelos palanques da vida, Lula, finalmente, chega ao poder para fazer o contrário do que sempre pregou. Contudo, é fundamental perceber que foram os ideais esquerdistas que o fizeram chegar ao poder. É fundamental perceber que governando como governa, Lula dá as costas ao povo e passa a ser Luiz Inácio. Governando dessa forma, o metalúrgico, petista dos palanques passa a ser engravatado, tucano de direita. Dessa forma, toda a história a bela história da vida de nosso presidente é jogada no lixo. Por isso, é preciso mudar. É preciso voltar a ser Lula, voltar a ser PT. Voltar a ser povo e, acima de tudo, voltar a ser Brasil.