Cerebração

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Papos de academia

Mudar sua série (pra pior) não é lá de todo ruim... afinal, gastando mais de 1h e 30min (ao invés dos habituais 55min da série anterior) por dia na academia, pelo menos acontecem mais coisinhas divertidas.


Hoje, por exemplo. Duas jovens (A e B) conversando. Melhor, sejamos mais precisos: duas espécimes fêmeas das mais abençoadas pelo nosso bom Senhor - Deus é grande! - com estéticas das mais aprimoradas falando (e elas falam, ainda! Qui bunitinhu!) de cirurgia plástica. A instrutora do lado, comendo biscoitinhos, e eu, de butuca. Filando os biscoitinhos, naturalmente.

A - Mas então, eu não conheço quase ninguém que pôs silicone na bunda... dizem que não fica bonito...
Eu (mentalmente) - Imagino!
B - É, nem eu... ja te perguntaram se você pôs silicone na bunda?
(Infelizmente não tem como eu mostrar, mas essa pergunta fez muito sentido!)
(...)
A - Ah, por enquanto nem vou fazer mais cirurgia, não. Só bem depois, quando eu for mais velha...
B - É, eu também.
Eu (mentalmente) - Meninas sensatas.
B - Mas eu vou colocar silicone, nossa, vou colocar um peitão, assim...!
A - Ah, com certeza, eu também!

Nessa hora, dei graças a Deus que minha garrafinha d'água tava na mão. Se não fosse ela pra disfarçar, o sorrisinho besta na minha cara tinha me entregado na hora! A partir daí, minha mente só se ocupou com pensamentos ligeiramente maliciosos e eu nem consegui mais ouvir o resto da conversa. Fui malhar.


Mais cedo:
B - Nossa, eu não lembro meu CPF de cabeça.
Eu - Nem o RG?
B - Não.
Eu (com tom sarcástico) - O telefone, você lembra, pelo menos?
B - Ah, aí eu lembro... decorei tem pouco tempo, hehehe!

Até aí, nada de mais. O que me preocupou seriamente foi eu não ter dito na lata "Então qual é?". Dei só um sorriso e fiquei na minha... depois saí me estranhando, pensando que tinha alguma coisa errada comigo. Ainda bem.


Só uma ressalva pras mulheres. Quer dizer... tá bom, nenhma mulher frequenta o blog, mas eu vou falar mesmo assim:
Mulheres, vocês pensam muito em cirurgia, plástica, coisinhas, assim. Tá bom, algumas precisam, mesmo. Mas antes de encucar com cirurgias, olhem no espelho, lembrem que nós, homens, somos em média 7 vezes menos detalhistas, críticos e exigentes do que vocês. Vocês não precisam ser, lá, perfeitas, assim, com cabelo lambido, zero estrias, e blá blá blá. É só ser boa e usar um decotão que a gente já apaixona. É claro que sempre vai ter um mais "atento" na mesa pra falar "ah, não, ela tem uma celulitezinha ali...", mas esse - espero eu - não faz parte do seu público alvo (e você, certamente, não faz parte do dele!).


Lá pras tantas, a academia já mais vazia, eu olhando pro teto, como de costume, avisto uma barata lááá em cima, na parede. Não sei por que caí na besteira de falar pra instrutora. Foi quando descobri que ela morre de medo de barata, porque ela já se assustou toda (realmente morre de medo, porque a parede é muito alta). Me incubi, então, de matá-la. Não a instrutora, é lógico, a barata.
Chutei o ar com o pé direito, meu tênis folgado voou e eu peguei. Mirei, joguei lá em cima, só pra espantar a bichinha pra mais perto de mim. Acertei uns 10cm pra direita, a desgraçada nem se mexeu.
Eu - Sai daí, desgrama! Tem medo da morte não?
Joguei de novo. Enquanto o tênis viajava, um flashback: Ginásio lotado, fim de jogo, o tênis, digo, a bola na minha mão. Da linha dos três, eu corto pra direita, arremesso, e... Em cheio! Bem em cima da barata. Ela cai junto com o tênis, eu não sei pra qual olho primeiro. Agora, irônica, a vida é, né... a academia deve ter, sei lá, uns 100m². Uma cadeira tem, em média, 0,2m². E a barata tinha que cair justo em cima da cadeira. Onde, por sinal, estava a camisa da instrutora (aquela, que morre de medo de barata). A infeliz tava viva, ainda. Confesso que fiquei um tempo contemplando. Ela devia estar a, sei lá, mais de 4 metros de altura! Perdoem o termo, mas: Puta que pariu! Que precisão! Nem era pra debilitar a coitada assim logo de cara, só pra ela descer, mesmo, mas o tiro saiu melhor que a encomenda. Em cima. Mas então... tive que expulsá-la da cadeira pra matá-la com algumas porradas com o tênis. A instrutora, tadinha, desesperou:
- Ai meu Deus, ela caiu em cima da minha camisa, não caiu? Só pode! Minha camisa tava ali em cima, tenho certeza, caiu...
Eu (mentalmente) - Caiu.
Eu (verbalmente) - Nãão, não, caiu bem do lado, assim, tinha uma parte da cadeira sem camisa, sabe, e ela caiu bem ali, juro...!!

Enfim. Depois dessa, do episódio do terrível marimbondo caçador de estudantes que eu matei na faculdade, e de algumas outras baratinhas assassinadas por aqui, tô pensando seriamente em largar o Direito pra abrir uma empresa de detetização por métodos não-ortodoxos e - de preferência - bem violentos. Ou então abrir uma Igreja. Mas aí já é assunto pra outro post.

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